Foram nove dias de competição no Ginásio José Correa, em Barueri, São Paulo, o 30º Campeonato Brasileiro de Jiu-Jítsu (CBJJ) 2025. O evento, bateu recorde histórico de 7.296 atletas inscritos (7,1% a mais que em 2024) , teve finais eletrizantes tanto no masculino quanto no feminino.
Finais Femininas Faixa-Preta Adulto
Peso Galo (até 48,5 kg) – A multicampeã Mayssa Bastos (AOJ) deu um show de jiu-jítsu na final contra Thaís Loureiro, dominando do início ao fim. Após ambas iniciarem sentadas (double pull), Mayssa escutou seu Corner e professor Guilherme Mendes e atacou primeiro, raspou, passou a guarda e montou em uma sequência de posições que rendeu 14 pontos rápidos, chegando na montada, Thaís conseguiu escapar da montada e ficar por cima, só que Mayssa repetiu o combo de movimentos, nova raspagem seguida de passagem de guarda e montada, chegando a incrível placar de 28 a 0 no placar enquanto ameaçava um armlock nos instantes finais . Com essa atuação avassaladora, Mayssa conquistou o ouro e se mostra preparada para o mundial 2025.
Peso Pluma (até 53,5 kg) – Na final dos plumas, Brenda Larissa (Alliance) lutou contra Jéssica Caroline (Checkmat). Foi um duelo truncado, com Brenda buscando passar a guarda e Jéssica tentando contra-atacar com triângulos da guarda fechada. Após punições por falta de combatividade, o combate terminou sem pontos claros, e os árbitros decidiram a favor da Amazonense Brenda, garantindo a ela o título por decisão dos árbitros.
Peso Pena (até 58,5 kg) – A categoria pena viu um confronto internacional na final. A brasileira Cássia Moura (LEAD BJJ) enfrentou a britânica Margot Ciccarelli (AOJ). Cássia começou forte pontuando raspagens e chegou a abrir vantagem, mas Margot com seu jogo flexível, equilibrou as ações. No fim, Cássia manteve a pressão e venceu por pontos, confirmando o ouro inédito.
Peso Leve (até 64 kg) – A experiente Janaina Lebre (AOJ) confirmou seu grande momento, também conhecida pelo nome de solteira Janaina Maia, repetiu o feito do Europeu e Pan deste ano com mais um ouro. Fez a final com a canadense Brianna SteMarie (Ares), que tem características de finalizadora perigosa, Janaina neutralizou o jogo da adversária e até o fim para vencer na decisão dos árbitros . A consistência de Janaina ao longo da temporada mostra sua evolução técnica e preparo estratégico da atenta da AOJ.
Peso Médio (até 69 kg) – A norte-americana Elisabeth Clay (Ares) brilhou na divisão médio. Conhecida pelo jogo de guarda agressivo e finalizações em perna, Clay chegou à final contra a brasileira Rebeca Lima (Atos) e impôs seu ritmo, garantindo a vitória por 4 a 2 . Com o título, Elisabeth Clay se torna uma das poucas estrangeiras campeãs brasileiras na faixa-preta adulto.
Peso Meio-Pesado (até 74 kg) – Na final da meio-pesado, duas atletas da nova geração se enfrentaram. Maria Carolina “Maca” Vicentini (AOJ), aluna dos irmãos Mendes, encarou a francesa Aurélie Le Vern (Ares). Maca soube usar sua guarda flexível para conter a pressão inicial de Aurélie e capitalizar nos erros: aplicou uma raspagem e anotou 2 pontos, depois ameaçou ataques que lhe renderam vantagens. Aurélie devolveu uma raspagem, mas Vicentini já tinha ampliado o placar e controlou até o fim, vencendo por 6 a 2 . Esse ouro confirma Maca Vicentini em ascensão no cenário, sendo uma das atletas que vem treinada por Guilherme Mendes para o mundial.
Peso Pesado (até 79,3 kg) – A final dos pesados foi decidida num detalhe técnico. A atual campeã Tamiris Silva (Atos), atleta de jogo completo, enfrentou Yara Soares (Fratres), conhecida por sua técnica e envergadura. Yara venceu de forma brilhante e dominante com um estrangulamento arco-e-flecha, com essa finalização, Yara Soares se tronou campeã brasileira, desbancando a m campeã e mostrando o que quer ser protagonista neste mundial.
Peso Super-Pesado (acima de 79,3 kg) – Uma das lutas mais surpreendentes entre Tayane Porfírio (Alliance) e Gabrieli Pessanha (InFight), dominante da categoria desde 2019, Tayane protagonizou uma verdadeira reviravolta quebrando a hegemonia da Gabi. No final dos 10 minutos, Tayane Porfírio venceu por 4 a 2, sagrando-se campeã brasileira super-pesado. O ginásio explodiu em aplausos diante da vitória de Tayane, que encerrou uma invencibilidade de Gabi Pessanha que durava desde 2021 e mostrou que está novamente no cenário.
Absoluto Feminino (Open Class) – A final feminina do absoluto colocou Gabrieli Pessanha (InFight) frente a Yara Soares (Fratres), ambas vitoriosas nas semis contra, respectivamente, Tayane e Melissa Cueto. Diferente do peso, Gabi conseguiu impor sua estratégia vencendo de 2 a 0 sendo campeã absoluto pelo terceiro ano seguido, mostrando resiliência após o revés no peso. Yara Soares ficou com a prata fazendo seu segundo pódio no evento, encerrando uma campanha brilhante.
Finais Masculinas Faixa-Preta Adulto
Peso Galo (até 57,5 kg) – O amazonense Rodrigo Otávio (Vision) enfrentou Yuri Silva (Cicero Costha) em um duelo de muita estratégia. Rodrigo abriu o placar com uma vantagem ao erguer da puxada dupla e soube administrar o combate de maneira inteligente, terminando o placar de 2 a 2, mas não conseguiu superar a vantagem de Otávio que levou o ouro dos galos.
Peso Pluma (até 64 kg) – O amazonense Diego “Pato” Oliveira (AOJ) confirmou seu favoritismo entre os plumas. Após campanha sólida finalizando todos os adversários, Pato encarou o jovem Anderson Duarte (Soldiers) na final. A luta começou com intensa troca de raspagens, mas Pato mostrou porque é um dos lutadores mais perigosos, pegou as costas e finalizou, Pato conquistou o ouro e celebrou mais um título na sua coleção.
Peso Pena (até 70 kg) – A final dos penas entrou para a história como a primeira decisão 100% americana em 29 anos de brasileiro. De um lado, o prodígio da AIJ Cole Abate, de 19 anos lutou com, o experiente Isaac Doederlein (Alliance), campeão mundial de 2022.
Cole Abate venceu por 1 vantagem e placar 2×2, em pontos, sagrando-se campeão peso-pena. O jovem fenômeno é o quarto atleta dos EUA a conquistar um Brasileiro na faixa-preta adulto, comemorou muito com seu professor Guilherme Mendes.
Peso Leve (até 76 kg) – A categoria leve teve um campeão surpresa: em uma final de Amazonenses, Lucas Maquiné (Fratres) credenciou-se para a final após vencer lutas duríssimas (inclusive o campeão europeu Leandro Rounaud na semi). Na decisão, encarou o Luiz Paulo Medeiros (KVRA top Team). Lucas mostrou um jogo equilibrado, defendeu as investidas e construiu uma vantagem de 4 a 0, Lucas Maquiné administrou até o fim e conquistou seu primeiro título brasileiro na preta.
Peso Médio (até 82,3 kg) – No médio, o bicampeão mundial Tainan Dalpra (AOJ) deu mais um show de técnica apurada. Tainan chegou à final finalizando todos os oponentes, o norte-americano Elijah Dorsey (Team Lloyd Irvin), atleta explosivo, surpreendeu muitos ao chegar do outro lado da chave. Na luta decisiva, Tainan impôs um ritmo e venceu por 6 a 0 na pontuação, coroando uma campanha impecável.
Peso Meio-Pesado (até 88,3 kg) – Jansen Gomes (Checkmat) brilhou na categoria meiopesado. Jansen fez valer seu jogo agressivo: passou pela semifinal aplicando 10 a 0 em Matheus Vetoraci e chegou à final contra Davi Vieira Vetoraci (Nova União), irmão gêmeo de Matheus, que avançou por WO. Na decisão, Jansen não deu chances: rapidamente pegou as costas de Davi e finalizou com um mata-leão. Com o ouro, Jansen Gomes confirma a excelente fase e ser grande candidato para o mundial.
Peso Pesado (até 94,3 kg) – A final dos pesados colocou frente a frente experiência e juventude. De um lado, o polonês Adam Wardzinski (Checkmat), veterano conhecido, do outro, o jovem Leonardo Ferreira (DreamArt). Wardzinski chegou embalado após finalizar Vinicius Liberati e Gregor Gracie nas fases anteriores, enquanto Leonardo eliminou o favorito Pedro Machado na semi. Adam Wardzinski conquistou o título.
Peso Super-Pesado (até 100,5 kg) – O paulista Erich Munis (Soldiers JJ) confirmou seu favoritismo no super-pesado. Erich mostrou um jiu-jítsu completo fazendo uma campanha de gala sagrando-se campeão e deixando a pergunta, quem poderá para-lo?
Peso Pesadíssimo (acima de 100,5 kg) – A final do pesadíssimo foi caseira e sem combate. Os companheiros de equipe Marcus Vinícius “Scooby” e Guilherme Santos, ambos da Alliance, chegaram à final e com acordo de equipe, os dois fecharam a categoria e não lutaram, dividindo os pontos. Com isso, o título ficou simbolicamente para Marcus “Scooby”, atleta mais graduado, e an Alliance garantiu pontos importantes no ranking por equipes.
Absoluto Masculino (Open Class) – Erich Munis (Soldiers), chegou à final e conquistou o duplo ouro (peso e absoluto) no Brasileiro vencendo Marcus “Scooby” Vinícius (Alliance). Quem também brilhou no absoluto foi o manauara Meyran Maquiné (Soldiers) que abriu mão de lutar a categoria apresentando-se apenas no absoluto e o peso pluma impressionou sendo pódio ficando com o terceiro lugar.
Brasileiro de altíssimo nível técnico! Já aguardando ansiosamente o mundial no final
deste mês.